um resguardo efémero
De pé, ainda de pé. Já nada guardas, coitada. Um resguardo efémero de tanto segredo que guardaste. Recordarás para sempre aquela sensação de protecção e aconchego que oferecias aos que se abrigavam nesse teu refúgio. Quantas gerações te atravessaram e quantas mãos te forçaram tentando, em vão, invadir o espaço que proteges? Como um soldado que se abandona à fúria destruidora do inimigo, também tu decidiste suspirar pela derradeira vez e aí ficaste, de onde afinal nunca saíste, encaixilhada para sempre nesse teu inerte caixão de pedra.