Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]

almas perfumadas

Por vezes, muitas vezes mesmo, o mundo parece um lugar estranho. No entanto, nas situações mais difíceis, é importante lembrar que podemos encontrar beleza e esperança em pequenos momentos, gestos e memórias.

tão curta a existência

17.09.24

janela xisto.jpg

Viver numa aldeia pequena (com povoamento disperso no interior do país) é confrontar o homem com a pequenez e brevidade da sua existência.
Conhece-se muita gente, nem que seja de vista e surpreendemo-nos a toda a hora.
Muitas vezes deparo-me com a sensação de  já não conheço quase ninguém. Aquele, morreu! O outro também. Mais o outro e o outro. Olha como aquele está...aquela, envelheceu muito. Naquela casa já não mora ninguém, a ti Carmo foi para um lar e já não volta. Olha, aquela casa abandonada ruiu... os filhos nunca mais voltaram aqui desde que os Pais partiram...
Tão curta a existência! 
Mas eu sou tão feliz neste quase isolamento, que fiz deste lugar a minha casa, reconheço que o meu foi um caso de amor ao lugar onde viveram os meus avós.
O que me surpreende é que a meia dúzia de km existem praias fluviais de excelente qualidade, a vila a que pertenço e fica a 3/4 Km tem de tudo... Mas viver aqui implica fazer uma agricultura sustentável (porque as coisas estão caras), plantar árvores para ter fruta sempre, ir buscar lenha para acender a lareira no inverno... cuidar das flores, do que vamos semeando, cortar ervas daninhas, mudar, experimentar, inovar... e de resto há um silêncio tão bom, onde se ouve o sibilar do vento, o canto dos pássaros... Há pequenas ribeiras (agora quase secas), há represas que irrigam os campos de milho ou outros para os que ainda conservam as tradições e continuam a semear em quantidade.
Somos frágeis, aproveitemos os dias da nossa existência da melhor forma, com um sorriso e sempre com flores nos nossos caminhos. 

4 comentários

Comentar post